Nanopartículas de prata inibem a infecção por SARS-CoV-2

(Figura de Getty Imagens)

Pertencente a uma classe de vírus que possuem RNA envelopados, o SARS-CoV-2 destacou-se como o agente patogênico na pandemia COVID-19. Devido ao seu mecanismo de ligação com as células humanas, permitiu uma disseminação silenciosa e rápida. Os sintomas variam desde leves até sintomas graves como é o caso da síndrome respiratória aguda, que representou um desafio para os sistemas de saúde globais. 

Pesquisas realizadas utilizando nanotecnologia têm demonstrado ascensão devido sua eficiência para deter a disseminação do coronavírus, algumas dessas pesquisas estabelecem um bloqueio na interação vírus-células ocasionando em danos irrecuperáveis aos vírus. 

As nanopartículas de prata(AgNPs) possuem propriedades antimicrobianas  eficientes, por meio da relação superfície-volume, aumentando sua exposição a microrganismos. Pesquisas realizadas apontam que as AgNPs exibem potencial antiviral, incluindo a eficácia contra o vírus da SARS-CoV-2. Tornando-se assim, uma opção favorável para o combate de doenças infecciosas. 

Um dos desafios apontados ao trabalhar com nanopartículas é a forma como ela será sintetizada, cujos caminhos podem levar a uma produção cara, perigosa e prejudicial ao meio ambiente. Contudo, cientistas podem trabalham com métodos alternativos envolvendo sínteses verdes e fontes naturais. 

A síntese verde dessas nanopartículas de prata utilizam substâncias de base biológica, tornando-a ecologicamente sustentável e eficaz. Essa síntese faz aplicação de categorias como o uso de micróbios (leveduras, fungos), extratos vegetais, membranas e diatomáceas.  A utilização dos fungos vem apresentando bons resultados, tais como sua capacidade de acumular metais, sua resistência e bem como da produção de enzimas que reduzem íons metálicos.  

O fungo Trichoderma reesei utilizado extensamente na área de biotecnologia foi empregado na síntese verde de AgNPs, as quais apresentaram potencial de inibição do vírus SARS-CoV-2 em um estudo in vitro e in vivo.

A síntese de nanopartículas ocorre fora das células, por meio da redução biológica de íons de prata presente no filtrado do cultivo. As AgNPs dispersas, apresentam uma tonalidade amarronzada, resultado da absorção de luz relacionada ao fenômeno de ressonância plasmônica.

A pesquisa in vivo foi realizada com o uso de hamsters sírios, onde os animais foram infectados primeiramente com o vírus SARS-CoV-2 e logo após receberam tratamento com as AgNPs que foram sintetizadas por meio do fungo Trichoderma reesei. Os resultados demonstraram uma diminuição na carga viral de SARS-CoV-2, quando comparados com o grupo de hamsters que não foi tratado com as AgNPs. Constatou-se uma amenização significativa da lesão pulmonar aguda e observou-se que as AgNPs causaram uma melhora efetiva da patologia pulmonar, além de interferir na entrada ou replicação viral dentro do tecido pulmonar, ocasionando em uma diminuição na disseminação do vírus. 

Para saber mais, acesse o link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2590262825000061

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