Nanopartículas de selênio: novos agentes antifúngicos contra Sclerotinia sclerotiorum

(Figura de Getty Imagens.)
Atualmente, o controle do fungo Sclerotinia sclerotiorum (mais conhecido como mofo branco) é principalmente realizado por meio do uso de fungicidas químicos, que apresentam um determinado grau de toxicidade. Embora sejam eficazes na eliminação do patógeno, esses produtos podem representar riscos ambientais e à saúde humana, além de favorecerem o desenvolvimento de resistência fúngica.
Deste modo, se torna essencial a procura por novas alternativas menos agressivas à saúde humana e ao ambiente. Um estudo realizado in vitro, utilizou nanopartículas de selênio sintetizada em verde (síntese biogênica) e revestidas de nanoquitosana como um novo agente antifúngico.
Uma das vantagens ao trabalhar com nanopartículas (NPs) é que o selênio em nanoescala pode ser utilizado em seu estado de oxidação zero, apresentando características de baixa toxicidade e biodisponibilidade. Além disso, sua associação com nanoquitosana potencializa seu uso no tratamento de infecções pós-colheita em frutas e vegetais.
Contudo, um dos grandes desafios visto pelos pesquisadores é que a produção dessas NPs de selênio por meio de uma síntese química ou física, apresentam altos custos no processo, ressaltando os consumo expressivo de energia e os possíveis efeitos tóxicos.
Uma outra alternativa para a obtenção dessas NPs, foi através de uma síntese biogênica de baixo custo e ecologicamente correta, pois utiliza recursos naturais como micróbios e materiais vegetais. A utilização de extratos vegetais se torna um meio viável para reduzir íons metálicos e formar nanopartículas por meio de um processo de síntese verde em uma única etapa. Em particular, os extratos cítricos apresentam propriedades químicas favoráveis, como é o caso do ácido ascórbico presente nas cascas dessas frutas, já que é um poderoso agente redutor e altamente eficaz na redução de Sclerotinia sclerotiorum.
O estudo em questão analisou essas NPs no combate do fungo Sclerotinia sclerotiorum e os resultados indicaram que as nanopartículas de LP-Se (Lemon Peel-selenium), quando apresentadas em menor tamanho e melhor distribuição, garantem um melhor revestimento da nanoquitosana, potencializando sua estabilidade e eficácia antifúngica. A inibição do fungo pode ser elevada de 69% para 100%, se tornando uma alternativa promissora para o controle do fungo patogênico.
Para saber mais, consulte: https://www.nature.com/articles/s41598-024-79574-x#Sec29