Nanofarmacologia: Combatendo a Depressão – O Mal do Século

 A depressão é um um transtorno mental comum que afeta a contemporaneidade de forma avassaladora, atingindo cerca de 350 milhões de pessoas no mundo inteiro, apresentando-se como um desafio extremamente urgente de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), esse transtorno é caracterizado por sentimentos persistentes de tristeza, baixa autoestima, perturbações no apetite, pensamentos suicidas, insônia e perda de interesse, impactando significativamente no comportamento psicossocial e na qualidade de vida dos afetados. No que se refere à fisiopatologia da depressão, trata-se de um desequilíbrio neuroquímico no qual a recaptação e liberação dos neurotransmissores dopamina, serotonina e noradrenalina são alterados.

 Desse modo, muitos tipos de fármacos antidepressivos existentes no mercado apresentam efeitos terapêuticos eficientes, como no caso dos antidepressivos tricíclicos (TCA), inibidores da monoamina oxidase (MAOIs), inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) e inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs). Entretanto, estes fármacos ainda apresentam certas limitações no que diz respeito à sua biodisponibilade no cérebro, diante da dificuldade de atravessar a barreira hematoencefálica (BHE), resultando no tratamento desse transtorno algo demasiadamente imperativo. Nesse contexto, muitos estudos e pesquisas interessantes utilizando nanotecnologia estão sendo realizados para contornar o problema da biodisponibilidade desses fármacos no cérebro. Inclusive, podemos citar um estudo notável realizado no Centro Federal de Pesquisa Médica de Psiquiatria e Narcologia, na Rússia, o qual revelou que o uso da Agomelatina (antidepressivo do tipo ISRS) concomitante com nanopartículas poliméricas aumentou substancialmente a biodisponibilidade deste medicamento no cérebro, ocasionando a diminuição da recaptação da serotonina (Figura 1).


 (Figura de Getty Images).

Em resumo, a nanofarmacologia se apresenta como uma abordagem muito promissora para o melhoramento dos fármacos já presentes no mercado e também para a produção de novos fármacos com medidas terapêuticas ainda mais eficientes contra a depressão. Contudo, é importante mais estudos e pesquisas para avaliar melhor as vantagens e desvantagens dessa inovação tecnológica.

Para saber mais, acesse o link: https://www.mdpi.com/1420-3049/25/22/5294

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