Nanomotor com auto-abastecimento é utilizado para impedir acidentes trombóticos!

Acidentes trombóticos, em especial a trombose e o AVC isquêmico, são grandes responsáveis por causar mortes e sequelas ao redor do mundo. Eles ocorrem quando há a formação de um trombo, isto é, um coágulo formado por plaquetas e glóbulos vermelhos e que pode dificultar ou impedir a circulação, como ilustrado na Figura 1. 

O tratamento dessas doenças é considerado, por diversas vezes, insuficiente graças às janelas terapêuticas recorrentes, já que os medicamentos usados para reverter o quadro podem gerar uma trombólise (dissolução do trombo) insatisfatória, hemorragias graves e uma alta taxa de reincidência.

Figura 1: Ilustração de um trombo dificultando a circulação
Fonte: iStock

Neste cenário, os pesquisadores da Universidade Farmacêutica de Shenyang desenvolveram um nanomotor que, além de induzir a trombólise, pode prevenir também a formação de novos trombos e a reincidência da doença.

Esse nanomotor é uma molécula entre 76-118 nm composta por um par de combustíveis, chamados DiR e BNN6. Quando ativados por laser, esses dois componentes podem se movimentar de forma autônoma na corrente sanguínea a partir da geração de bolhas de NO (óxido nítrico). É esse processo que permite que o nanomotor também funcione como um nanopenetrador, isto é, uma partícula que consegue penetrar o trombo. Ao fazer isso, o DiR atua como um fotossensibilizador fototérmico, induzindo a trombólise por meio do aumento local da temperatura no trombo causado pelo laser, resultando em sua fragmentação.

Além de gerar a movimentação do nanopenetrador, as bolhas de NO têm um papel importante na prevenção de novas doenças trombóticas. Esse gás alivia o estresse oxidativo e também melhora o funcionamento das paredes internas dos vasos sanguíneos, além de agir como um fator antiplaquetário inibindo a agregação das plaquetas com hemácias para a formação do trombo. 

Logo, esse nanomotor permite a trombólise sinérgica (Figura 2), isto é, causada por dois fatores ao mesmo tempo: a força mecânica a partir da geração de movimento pelas bolhas de NO, que também inibem a agregação plaquetária e o calor gerado pela fotossensibilização.

Figura 2: Ilustração da fototrombólise sinérgica (mecânica e térmica).
Fonte: Zhang et al. (2023)

Graças à nanotecnologia, o tratamento das doenças trombóticas tem uma alternativa promissora, que não gera risco de hemorragia por não utilizar medicamentos trombolíticos, ajudar na prevenção de remissão da doença e apresentar uma boa ação trombolítica.

Para mais informações, acesse o artigo em: 

https://www.nature.com/articles/s41467-023-35895-5


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *