Tecnologias com base em nanopartículas para o tratamento de endometriose
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 190 milhões de mulheres sofrem com endometriose, uma doença inflamatória comum causada pelo tecido que reveste o útero. Em nosso país, isso afeta a vida de 7 milhões de brasileiras, principalmente na fase reprodutiva. Atualmente ela não possui cura, há apenas tratamento dos sintomas. Por essa razão, cientistas da Universidade do Estado do Oregon desenvolveram nanopartículas magnéticas de ferro não invasivas que utilizam o calor para reduzir a inflamação. Quando as partículas são expostas a um campo magnético com nanotecnologia, ocorre um processo chamado de hipertermia magnética, onde as lesões são “queimadas” ao elevar a temperatura para mais de 120°C.
Segundo a líder do estudo e pesquisadora da Faculdade de Farmácia da Universidade do Estado do Oregon, Oleh Taratula, as nanopartículas de óxido de ferro foram produzidas para se acumularem em lesões localizadas no útero e aprimorar a visualização da endometriose em exames de imagem. Assim, durante a etapa de testes, os pesquisadores transplantaram tecido endometrial de primatas em camundongos para simular lesões de endometriose. Uma baixa dose de nanopartículas modificadas com um peptídeo especialmente projetado para atingir o receptor foi injetada nos camundongos. Após o direcionamento do receptor, as nanopartículas conseguiram localizar o alvo e se acumularam nas lesões.
A validação da hipertermia magnética desenvolvida sistemicamente em grandes modelos animais é importante para o avanço desta terapia para as mulheres. Dessa forma, os próximos passos serão verificar a segurança e a eficácia da modalidade de tratamento aplicadas a um modelo de primata não humano.
Para mais informações, acesse:
PARK, Youngrong, et al. “Targeted Nanoparticles with High Heating Efficiency for the Treatment of Endometriosis with Systemically Delivered Magnetic Hyperthermia.” Small (2022).
