O uso de nanopartículas em protetores solares
Nas últimas décadas, há uma grande preocupação com a exposição solar bem como com os problemas que esta pode acometer a população. Por mais que esta exposição ao sol possa trazer benefícios aos seres humanos, como o acréscimo de vitamina D ao corpo, seu excesso pode causar doenças como insolação e até mesmo caso mais grave como o câncer de pele. Por conta disso, faz-se necessário o uso dos filtros solares para impedir que as radiações UVA e UVB (radiações ultravioletas) penetrem na pele de forma irregular.
Na indústria atual, os nanocosméticos voltados à fotoproteção estão relacionados com a aparência do produto, proteção a longo prazo, melhor estabilidade e seu fator de proteção, conforme mostra a figura ao lado.
Estas características bastante particulares dos fotoprotetores foram obtidas em função das nanopartículas insolúveis de dióxido de titânio, as quais são empregadas devido seu alto fator de proteção UV, sua capacidade de dispersão, bem como sua incorporação. Vale ressaltar algumas importantes propriedades observadas ao utilizar essas nanopartículas, tais como o excelente efeito sensorial e a transparência no produto acabado. Um outro tipo de nanopartícula bastante empregada é óxido de zinco, que também tem sido amplamente empregado nas formulações de fotoprotetores. Essa nova geração de fotoprotetores promoveu benefícios para uma maior aceitabilidade por parte dos consumidores, já que minimizam consideravelmente a aparência esbranquiçada dos fotoprotetores tradicionais. Isto promove um veículo mais transparente e com maior capacidade de espalhabilidade na pele. Seu tempo de proteção é muito maior e não é sensível a água, podendo ficar na pele por um longo período de tempo e sem sofrer com fatores externos.
O efeito de transparência destes fotoprotetores pode ser obtido ao reduzir o tamanho das nanopartículas inseridas no filtro de modo a não perder a eficiência de proteção. Porém, partículas abaixo de 100 nm requerem maiores testes clínicos comprovando a segurança do produto, já que teriam a capacidade de entrar na corrente sanguínea. Para uma maior segurança no desenvolvimento destes cosméticos, é preciso que as matérias-primas sejam devidamente avaliadas em relação às suas propriedades físicas, químicas e físico-químicas. Além disso, são necessários testes para garantir uma maior segurança, assim como estudos de permeação in vitro e in vivo e de nanotoxicidade a fim de assegurar que estes materiais sejam inócuos aos consumidores e ao meio ambiente. Dessa forma, percebe-se a necessidade de legislações envolvendo nanocosméticos, de modo a tratar os métodos de exposição, como inalação e contato, visando segurança para os trabalhadores como também para os consumidores.
Para saber mais, acesse:
http://rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-3-1.pdf (BAILLO, Vanessa Priscila; LIMA, Andréa Cristina de. Nanotecnologia aplicada à fotoproteção. Revista Brasileira de Farmácia, Rio de Janeiro, v. 93, n. 3, p.271-278, 2012.).
Escrito por Bárbara Letícia e Patrick Campos
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