Resumo:
Essa investigac?a?o propo?e-se a discutir as vive?ncias e possibilidades de lazer de homossexuais masculinos que vivem com o HIV/aids em Belo Horizonte (MG). O estudo busca compreender as experie?ncias de lazer e o significado que tais pra?ticas configuram no conjunto dos processos sociais que constituem a identidade dos sujeitos pesquisados, apo?s a confirmac?a?o da soropositividade. A metodologia qualitativa de pesquisa-intervenc?a?o foi utilizada junto a sete homossexuais masculinos portadores do HIV/aids, vinculados a uma ONG/aids, na perspectiva de um conhecimento construtivo- interpretativo. A observac?a?o-participante e a entrevista semiestruturada foram os instrumentos selecionados. Os relatos evidenciam dificuldades enfrentadas pelos soropositivos, em func?a?o do medo e do processo de estigmatizac?a?o. O preconceito da sociedade conservadora repercute na subjetividade dos sujeitos, resultando no isolamento e na reduc?a?o das possibilidades de compartilhar vive?ncias de lazer. A autoestima baixa; o medo de ser publicamente identificado como homossexual e portador do HIV; a estigmatizac?a?o oriunda dos preconceitos sociais; os efeitos perturbadores do diagno?stico da aids; a ocorre?ncia da “morte civil e social”; as estrate?gias adotadas para evitar o estigma foram temas recorrentes nos depoimentos. A pesquisa aponta para a necessidade premente de fortalecer os grupos de convive?ncia, ja? que atuam no processo de construc?a?o identita?ria desses sujeitos. Os resultados da pesquisa evidenciam a urge?ncia de se rever conceitos e posturas quanto a? maneira discriminato?ria de tratar essas pessoas. A proposta que defende nesse estudo, vai no sentido tornar o espi?rito solida?rio e coletivo a forc?a matriz da luta contra o estigma, que expo?e as pessoas, cada vez mais, a situac?o?es de vulnerabilidade pessoal e social. E ainda contrapor as pra?ticas assistencialistas destinadas a esse pu?blico.