Fonte: Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 4 n. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC
Palavras-chave:
Resumo: As Unidades de Conservação, em especial as que permitem o uso público como Parques, são áreas naturais protegidas e propícias ao ecoturismo, segmento turístico muito procurado na atualidade o que acarreta impactos ambientais não somente à biodiversidade, mas também à geodiversidade. Os geoindicadores, ferramentas para identificar mudanças rápidas no ambiente natural, podem auxiliar no manejo destas áreas, especificamente nas trilhas. A Capacidade de Carga Turística (CCT) utiliza-se dos chamados Fatores de Correção como erodibilidade e acessibilidade para ajudar na determinação da capacidade máxima de visitas em um local. Contanto, a compactação do solo, também estreitamente associada a condições e características específicas de cada local não é considerada na metodologia. O Parque Nacional da Serra do Cipó (PNSC), localizado na porção central de MG recebe grande número de visitantes havendo pouco controle da visitação e monitoramento das condições das vias que levam aos atrativos naturais locais, as trilhas. Este trabalho tem como objetivo verificar a compactação do solo – geoindicador qualidade do solo – como fator de correção para auxílio no manejo da visitação e uso das trilhas. Utilizando-se um penetrômetro de solo com anel dinamométrico obteve-se a medida de resistência do solo em diversos pontos ao longo da trilha da Cachoeira da Farofa e entorno. Os resultados mostraram que o solo do leito da referida trilha se encontra mais compactada do que o entorno, assim como as áreas em que há tráfego de veículos automotores. Observou-se ainda que nos pontos mais compactados, havendo declividade mais acentuada (medida através de clinômetro), áreas mais sujeitas à retenção hídrica, ausência de serapilheira e bioma cerrado, há maior erosão do solo. Os resultados, associados a outras análises de impactos bióticos e abióticos, podem auxiliar na gestão da Unidade de Conservação para redução das alterações ambientais, em que as trilhas costumam ser tratadas somente como um meio de deslocamento a atrativos turísticos naturais. Neste sentido, a sua apropriada conservação agregaria valor à experiência do visitante. Outra contribuição se dá através de outro olhar para a metodologia CCT, além do foco somente no número de turistas.