Fonte: El Periplo Sustentable; Núm. 35 (2018): Número Treinta y Cinco; 96 - 117
Palavras-chave:
Resumo: O locus deste estudo é uma propriedade rural pluriativa e multifuncional, localizada no extremo sul do Brasil. Nela o turismo rural se apresenta como uma atividade não-agrícola importante para o sustento da família proprietária e sua permanência no campo. O debate centra-se na interação entre visitantes e familiares e nas mudanças nos modos de vida dos receptores, em especial nas práticas alimentares cotidianas. O objetivo é o de analisar a construção do cardápio, considerando-o como expressão identitária e patrimonial, atentando para possíveis mudança motivadas pela presença de turistas. Tomam-se como indicadores de análise, identidade e patrimônio. O método utilizado para coleta de dados foi a etnografia, com registro dos dados em diário de campo, e entrevistas semiestruturadas. Como resultado tem-se que o cardápio é híbrido e plural, emergindo na análise as categorias “comida nossa” e “comida turística”, separação que parece pretender qualificar a interação com o turista, mas também preservar a identidade familiar, vendo a comida como seu patrimônio.