Fonte: Revista Turismo em Análise; v. 29 n. 3 (2018): setembro-dezembro; 370-386
Palavras-chave:
Hospitalidade; Comunidade; Migração; Turismo; Maria da Fé-MG
Resumo: Esse artigo tem por objetivo analisar o encontro dos outsiders, sejam estes migrantes ou turistas, com a comunidade de acolhimento no contexto dos movimentos migratórios. O marco temporal inicial corresponde ao início da crise da batata e a intensificação da chegada de migrantes e turistas. Os primeiros, atraídos pelo barateamento das terras e pela agricultura natural no município de Maria da Fé-MG; os turistas, pelas baixas temperaturas, que deram à cidade o status de destino indutor de turismo localizado na Serra da Mantiqueira. A metodologia escolhida para esse estudo é a história oral, entretanto observação direta e pesquisa bibliográfica complementam o corpus da pesquisa. Ao empreenderem o deslocamento, os outsiders têm em mente a comunidade ideal, onde imaginam que obterão segurança e serão imediatamente acolhidos. No entanto, no momento do encontro com o grupo estabelecido percebem a distância entre a comunidade ideal e a comunidade real. A definição de comunidade como círculo aconchegante revela identidade com as motivações dos movimentos migratórios em Maria da Fé, porque, de certa forma, esse lugar se afigura como um locus ideológico. Muito acima das belezas naturais e das facilidades da vida na cidade pequena está a questão social, o “estar em comunidade” relativo ao processo de integração que faz mitigar o sentimento de acolhimento para alguns.