Periódico: Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo
Fonte: Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo; v. 8 n. 3 (2014): setembro/dezembro; 552-567
Palavras-chave:
Mobilidade; Hospitalidade e Turismo; Transporte Coletivo Urbano; Caxias do Sul; RS.
Resumo: Na cidade, a perspectiva aberta por uma boa rede de ligações internas confere ao morador – e, consequentemente, também ao turista/visitante que nela se encontra – independência para traçar seus caminhos para o destino a que deseja dirigir-se. Entretanto, mais do que isso, há que se considerar o transporte como um dentre os serviços que, em sua inter-relação com os processos de gestão e com os traços culturais de uma comunidade, configuram-na como um Corpo Coletivo Acolhedor (Santos e Perazzolo, 2012), no seio do qual moradores e turistas/visitantes possam sentir-se contemplados em suas necessidades e expectativas humano-sociais. Sob essa perspectiva coletiva da hospitalidade e de acordo com o Ministério das Cidades e a Secretaria Nacional de Transporte e de Mobilidade Urbana, as cidades devem oferecer os meios necessários para favorecer a locomoção de pessoas, compreendidas aquelas com necessidades especiais, implementando, dentre outras, políticas municipais específicas para o sistema de transporte. O presente artigo apresenta resultados de pesquisa qualitativa realizada no município de Caxias do Sul/RS, em 2013, com o objetivo de identificar sinalizadores de hospitalidade no transporte coletivo urbano local. A análise das condições de hospitalidade apoia-se particularmente nos conceitos de acessibilidade, legibilidade e identidade propostos por Grinover (2007). Sob esse olhar, os resultados revelam, dentre outras ações de hospitalidade nos serviços prestados pela empresa, a disponibilização de elevadores de acesso ao ônibus, interior adaptado para deficientes visuais, visibilidade de informações, transporte especial de porta a porta (PCD). Da análise decorrem algumas proposições de melhoria, ressaltando-se, no entanto, que essas ações não diminuem a importância de que haja políticas públicas que possam potencializar a qualificação permanente do transporte coletivo urbano.