Resumo: Este artigo apresenta casos e iniciativas de museus comunitários paraibanos, delineando as suas especificidades e como que a configuração de memórias coletivas de grupos sociais historicamente subalternizados está atrelada às suas lutas, demandas e resistências. Para tanto, parte-se de uma breve ambientação do debate em torno da museologia social e em que consiste um museu comunitário. Em seguida, são descritas as experiências do Museu Comunitário Vivo Olho do Tempo, do Museu Quilombola do Ipiranga, do Museu do Patrimônio Vivo da Grande João Pessoa e do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas. Defende-se que esses são casos exemplares de museologia comunitária no Estado da Paraíba, tendo em vista que seus processos de musealização estão fortemente atrelados às lutas e às demandas sociais, bem como à preservação da memória de grupos e comunidades historicamente subalternizados e invisibilizados nos mecanismos institucionais de uma memória oficial. A partir do pensamento da psicóloga social Ecléa Bosi, compreende-se que os museus comunitários paraibanos atuam com a “memoriação”, levando em conta a junção das palavras memória + ação, no sentido de que a memória é trabalho, portanto, ela é ativa, age e interfere nos processos de representações a todo momento no presente, aí incluídas as lutas e anseios dos diferentes grupos sociais.