Fonte: CULTUR - Revista de Cultura e Turismo; v. 16 n. 1 (2022): CULTUR, Ano 16, n. 01, Abr (2022)
Palavras-chave:
Resumo: Os serviços ecossistêmicos expressam os múltiplos benefícios prestados pelos ecossistemas à sociedade e, no caso específico dos serviços culturais, a ênfase recai sobre o papel da natureza em gerar benefícios de caráter não material, como lazer, recreação, turismo, espiritualidade, saúde, educação ambiental. Apesar da relevância, essa temática é pouco trabalhada pela academia e há lacunas de conhecimento para uma melhor compreensão de como as pessoas reconhecem e se relacionam com a natureza. Os serviços ecossistêmicos culturais (SEC) possuem uma grande subjetividade, pela diversidade de percepções das pessoas e pela intangibilidade provida pelas áreas verdes, e em especial, aquelas legalmente protegidas. Inspirados nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo reconhecer o “estado da arte” das pesquisas sobre serviços ecossistêmicos culturais, em termos de enfoques adotados, tipologia de áreas verdes estudadas e a representatividade das áreas protegidas no âmbito dessas pesquisas, bem como os métodos de investigação mais utilizados, a distribuição temporal das publicações e as lacunas e avanços existentes. A pesquisa envolveu um estudo bibliométrico em bases nacionais e internacionais sobre serviços ecossistêmicos culturais, por meio do levantamento de artigos nacionais e internacionais, publicados a partir de 2006. Os resultados evidenciam que são ainda incipientes as pesquisas sobre SEC, sobretudo em sua relação com áreas protegidas. Uma das justificativas para esse cenário é a dificuldade de apreensão, mensuração e mesmo valoração de tais serviços, já que estão relacionados com o contato e percepções de cada indivíduo com o ambiente natural, seus anseios, motivações e benefícios recreativos, de lazer, estéticos e espirituais.