Resumo: Se a hospitalidade é uma dádiva e, portanto, desinteressada, é legítima a apropriação do termo pelo turismo? Não seria apenas uma forma de disfarçar o negócio que o sustenta? Para responder a essa questão, o texto parte do resgate das formas de acolhimento comercial e discute antropologicamente questões como os protocolos hoteleiros, fidelização, reificação, etc. sem esquecer que a hospitalidade é o ponto cego de uma antropologia invasiva dos hábitos locais e, portanto, uma intrusa nas cenas hospitaleiras que observa. Conclui-se que, nas suas formas convencionais, o que se observa no turismo é o que pode ser chamado de encenação da hospitalidade.