Fonte: LICERE - Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer; v. 22 n. 3 (2019): setembro; 603-622
Palavras-chave:
Atividades de Lazer; Consumo; Tempo de Não Trabalho
Resumo: A sociedade organizou-se social e economicamente tendo a categoria trabalho como seu alicerce. Em sua centralidade, o trabalho nos humanizou e nos desumanizou, nos liberou dos limites impostos pela natureza, mas ao mesmo tempo nos aprisionou na era do valor e do consumo, no capitalismo. Em uma sociedade de produção maciça, o tempo de não trabalhar é em grande medida um tempo de consumo. O direito ao tempo livre foi uma das reivindicações da classe trabalhadora brasileira a partir da promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943. Nos tempos atuais, o lazer é visto como um tempo de fruição e do prazer individual, alicerçado no mito do bem-estar. Diante do cenário apresentado, o objetivo deste artigo é colocar em questão a sociedade fundamentada no consumo e no trabalho, tendo em vista que o lazer também se enquadra como uma forma de apropriação do tempo de não trabalho por parte do capital.