Resumo: Este artigo incide sobre as políticas culturais, um âmbito que articula dois conceitos centrais das ciências sociais: cultura e poder. Apesar do retraimento do investimento nas políticas sociais dos Estados, a análise do campo da cultura revela a sua crescente penetração nos contextos nacionais e cenários internacionais. São múltiplas as razões apontadas para justificar a intervenção pública dos Estados, partindo sobretudo da existência de uma necessidade colectiva que resulta na produção de discursos sobre a cultura enquanto bem público, que contribui para o progresso e coesão e desenvolvimento integral dos cidadãos. A premissa de que a cultura constitui um factor de união situado no cerne do desenvolvimento humano é, pois, recorrente, conforme ilustra a análise dos casos português e espanhol.